Saúde mental durante a pandemia da Covid-19: o que mudou?
É comum negligenciarmos a maioria das práticas que priorizam nossa saúde mental, especialmente em um momento em que o nosso bem-estar físico é ameaçado, como vivenciamos durante a pandemia da Covid-19.
É essencial compreender que a saúde mental merece ser priorizada da mesma maneira que priorizamos os cuidados com o corpo. O objetivo é ser cada vez mais gentil consigo mesmo.
Seja por meio de planos de saúde adequados as suas necessidades, que cubram serviços como a psicoterapia, ou através de atividades que diminuam o estresse e a ansiedade, como a yoga e a meditação.
Mas o que fazer para se manter saudável e equilibrado em tempos de readequação social?
Quais são as preocupações da comunidade médica?
Dois anos depois do início dos casos, ultrapassamos a marca de 658,3 mil mortes por Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, que contabilizam quase 800 mil mortes.
No que concerne à saúde mental, com esse cenário de luto cada vez mais comum, a preocupação é ainda mais acentuada.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso da América Latina, sendo a solidão um dos principais gatilhos para os transtornos de humor.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), mais ou menos 47% dos psiquiatras entrevistados perceberam um aumento nos atendimentos após o início da pandemia. Além disso, mais de 89% desses profissionais comentaram o agravamento do quadro psiquiátrico dos pacientes.
Para suprir a demanda, os atendimentos psicológicos durante a pandemia aumentaram exponencialmente.
O que fazer para cuidar da saúde mental no pós-pandemia?
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PROCURE POR AJUDA PROFISSIONAL
Quando for possível, procure por um especialista e atenda regularmente às sessões, seja virtual ou presencialmente. Hoje em dia acham-se opções inclusive para quem não tem acesso a profissionais especializados.
Existem projetos sociais que oferecem atendimento gratuito. Algumas universidades públicas e privadas, por exemplo, oferecem acompanhamento psicológico com estudantes da área, devidamente acompanhados por profissionais certificados.
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PRIORIZE O SEU SONO
Durante o sono, nosso organismo “exerce as principais funções restauradoras do corpo”. É o que diz a Pfizer, instituição reconhecida especialmente pelo combate à pandemia do coronavírus
O sono é capaz de regular o metabolismo, fortalecer o sistema imunológico e revigorar a memória, reduzindo as chances de desenvolver transtornos mentais e doenças cardiovasculares.
Lembre-se de que os adultos necessitam de pelo menos 7 horas de sono por dia, enquanto os adolescentes precisam de 8 a 10 horas. As crianças precisam dormir de 9 a 13 horas por dia, ao passo que os bebês necessitam de 12 a 16 horas diárias.
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LIMITE O TEMPO NOS SITES DE NOTÍCIAS
É fundamental se manter atualizado sobre as medidas de segurança e procedimentos recomendados pelas autoridades de saúde, principalmente no momento de transição para as atividades presenciais.
No entanto, a intensidade das notícias consideradas por muitos como gatilhos podem agravar os quadros de ansiedade. A dica é estabelecer um tempo limite para a checagem de notícias.
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PROCURE POR TRATAMENTOS QUE DIMINUAM O ESTRESSE
Em razão de vivermos uma época de consumo acelerado, acreditamos plenamente que o nosso tempo “ocioso” precisa ser ocupado de alguma maneira, mantendo certos padrões de consumo pouco saudáveis.
Entre as atividades que auxiliam na diminuição do estresse e, por consequência, a ansiedade, destaca-se a massoterapia, a acupuntura, a meditação, o reiki e a yoga.
Vale lembrar que existem diversos aplicativos, pagos e gratuitos, para praticar algumas dessas modalidades no conforto da sua casa.
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MANTENHA O CORPO EM MOVIMENTO
Manter o corpo parado por longos períodos pode prejudicar a saúde do seu corpo e da sua mente, mesmo que você pratique atividades físicas todos os dias por alguns minutos.
Mas é importante pensar no exercício físico como uma alternativa ao estresse diário, e não como algo penoso e desgastante, como pode acontecer em algumas academias.
Corpos em movimento ajudam no combate à insônia, auxiliam o sistema nervoso central e liberam endorfina, substância que garante a sensação de bem-estar, elevando a autoestima e reduzindo sintomas de ansiedade e depressão.
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ATENTE-SE ÀS CRIANÇAS
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), estima-se que mundialmente pelo menos uma em cada sete crianças com idade entre 10 e 19 anos viva com transtornos mentais. E esse número pode ser ainda maior, visto que esses dados contemplam apenas crianças diagnosticadas.
É importante pontuar que crianças e jovens também são afetados diretamente pelo lockdown, também sofrem com as perdas na família, também têm suas rotinas interrompidas e se encontram preocupados com o futuro.
Pronto, você já pode analisar quais dessas dicas fazem sentido para o seu estilo de vida e começar a praticar! Lembre-se de que o auxílio de um profissional é sempre indicado.